domingo, 15 de novembro de 2015

Valerie Nieman Colander - Mundo Perdido



Na desolação da terra devastada, paixão e crueldade andam sempre juntas...



AS CIDADES TINHAM DESAPARECIDO. AS PESSOAS TAMBÉM. E AS CRIANÇAS. TODOS MORTOS!
Numa data qualquer do futuro. Onde antes floresciam os EUA, a jovem Neema e sua tia vivem em uma fazenda. Elas lutam para manter uma existência marginal nas cinzas da civilização destroçada pela guerra. De repente, o tio desaparecido de Neema retorna do norte, reavivando trágicas memórias e acendendo paixões. Neema é forçada a se decidir entre dois homens. Um, belo e impulsivo, lhe ensina sobre ódio e desejo. O outro, transformado num ser horripilante pelas armas químicas, carrega dentro de si os delicados segredos do coração humano...

Título original inglês: "Neena Gathering", 1988
Publicado no Brasil pela Nova Cultural em 1990.

RESENHA:
Na narrativa simples e emotiva de Valerie Colander, nessa distopia exótica, reside uma história encantadora e assustadora ao mesmo tempo. Um mundo pós-apocalíptico, uma era de decadência em que os poucos sobreviventes das guerras destruidoras precisam manter-se unidos, sob pena de acabarem destruindo-se mutuamente na luta pela sobrevivência. E não há muita opção. É sobreviver, e só consegue isso quem é mais forte. Para os fracos não existe lugar, nem paciência, nem caridade.


Neena, uma adolescente de quatorze anos, conta a história que viveu nesse estranho mundo semidestruído, e sobre a paixão que dois homens nutriram por ela. O primeiro, bonito, parecido fisicamente com ela, seu tio Ted; o outro, um "mutante", é feio por fora, mas tem um coração belo e sincero.

A história é muito bem conduzida pela talentosa Valerie Colander, que coloca a vida e o conflito amoroso e de consciência de Neena como uma espécie de flor bela e luminosa nascendo no charco escuro de um mundo devastado, onde esperanças e sonhos foram destroçados. 

Neena vai decidir entre os dois. O final é comovente, e sempre fica a pergunta no ar: E se... Ted tivesse tido uma chance? Mas é preciso ler o livro, que embora seja fino (menos de 200 páginas) marca muito, por sua narrativa plena de emoção.

Um livro pequeno e raro, que talvez seja encontrado em sebos e que vale muito a pena ser lido. A perspectiva de um mundo distópico - que hoje em dia está em alta, já que paira no ar certa atmosfera de pessimismo e temor relacionados às mudanças assustadoras do mundo pós-moderno - onde tudo está destruído, porém que acena com um lampejo de esperança, é algo tocante. Recomendo! 

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