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quinta-feira, 5 de maio de 2016

Contestando um ateu...



Comentando uma excelente postagem, no blog "As Cruzadas", onde são mostradas claramente as abismais incompatibilidades entre Maomé e Jesus Cristo, um "Anônimo" assim responde ao post:


'As diferenças realmente são bem nítidas entre Jesus e Maomé. Mas quando é citado que Jesus não tinha onde reclinar a cabeça é bem parecido com a Santa Igreja né, por qual motivo a Igreja é rica se Jesus era pobre?, vemos aí uma contradição enorme, enquanto no mundo além dos políticos que roubam-te, a igreja que também vira as costas para a pobreza. Triste isso, é por isso que para mim para se ter fé, não precisa de religião que é mais para manipular a fé do que fortalecer a fé.
Jesus realmente perdoa a adúltera, mas diz a ela para não pecar mais. E se Ele visse ela novamente preparada para ser apedrejada, Ele iria fazer a mesma coisa? Sim temos o ensinamento Dele de perdoar até 70 vezes sete, mas por que disse a ela para não mais pecar?'
Anônimo, 22 de fevereiro de 2016 - 13:42
Minha resposta a tal "argumento" (que por algum motivo que desconheço, não foi publicada no referido blog):

'É verdade que os ensinos de Jesus, o Mestre, são puríssimos. E com o passar do tempo e a infiltração de pessoas com as mais diferentes tendências, na propagação do Evangelho, muitas coisas foram deturpadas. 
Mas o que você pergunta sobre o apedrejamento da adúltera e a ligação com o "perdoar 70 x7" é bem tendenciosa. Dá a impressão de que você quer encontrar, de qualquer forma, um 'erro', uma contradição nos evangelhos! Pois então me responda você... COMO VOCÊ VAI SABER O QUE JESUS FARIA se a adúltera cometesse novo adultério?
E mais; Jesus, como DEUS que era, poderia sim ter perdoado a adúltera mais uma vez, duas, sabe-se lá... entretanto, isso NÃO SERIA NECESSÁRIO, pois sendo Ele Deus, tocou no coração da mulher, fazendo-a entender o que era a verdadeira caridade! O que era o verdadeiro AMOR ao próximo!
Sendo assim, ELA NUNCA MAIS PECOU, porque aprendeu a lição da caridade, do amor e do perdão DIVINOS. Mas, meu caro 'anônimo', não adianta você querer comparar HOMENS COMUNS com O FILHO DE DEUS. Ele perdoaria quanta vezes fossem necessárias (se necessário fosse). Mas o ser HUMANO não consegue fazê-lo, pois somos  todos corruptos por natureza. E o que podemos fazer quanto a isso? Apenas tentar melhorar nossas ações o quanto pudermos, mesmo sabendo que  somos como meros grãos de poeira perto da grandeza de JESUS CRISTO. Mesmo sabendo que os ensinamentos dele pouco -- ou apenas em parte -- seriam entendidos -- Ele fez o que pode para ajudar a Humanidade.
Não cabe a nós, agora, tentar argumentar e desvendar o 'que teria acontecido se...'. Se a adúltera tivesse UMA SEGUNDA OPORTUNIDADE DE PECAR, COM CERTEZA NÃO PECARIA'.

Comunista come criancinha? Já, comeu, sim!


Famílias ucranianas na época da grande fome de Holodomor



Comunista come criancinha? Já comeu, sim! Ou, se não os comunistas, pelo menos o povo oprimido por eles já teve que comer...

A velha e batida expressão dos socialistas-caviar, que eles usam à guisa de deboche: "Ah, não diga que acredita também que comunista come criancinha...?", tem uma origem bastante real. E aterradora. Quem não conhece o comunismo REAL, devia acessar esse site e ler um pouco sobre o assunto. Sobre a Fome de Holodomor, sobre o genocídio contra os camponeses ucranianos, russos e outras barbáries similares. E sobre os campos de concentração soviéticos, os gulags. Quem nunca leu nada a respeito, não tem o MÍNIMO direito de tentar argumentar a favor do socialismo-comunismo, seja o do PT, seja o de qualquer outro país do mundo. 

E para os socialistinhas inteligentinhos, para usar a expressão do grande filósofo Pondé, que adoram dizer que o moderno socialismo "não tem nada a ver com o comunismo da antiga União Soviética" -- ou seja, para se isentarem e colocarem um muro entre o que pregam e o que de fato ocorreu no passado -- recomendo que leiam o artigo sem nenhum medo. Ou seja, sem medo de perceberem o quanto há de igualdade entre o passado e o presente. A China atual que o diga.

Veja o artigo no site A VERDADE SUFOCADA.

Um bom livro sobre o assunto, é o do historiador Robert Conquest, The Harvest of Sorrow: Soviet Collectivization and the Terror-Famine (sobre o terror da fome na Ucrânia).

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Pai, o que é comunismo?



— Pai, o que é comunismo? Isso é bom?

Eu me lembro exatamente do dia em que, pela primeira vez na minha vida, tive uma conversa com meu pai sobre aquilo - aquela coisa da qual falava-se tanto e com tal desprezo e temor. 

Teria eu, mais ou menos, uns onze ou doze anos. Possivelmente eu já vira em filmes da 'Sessão da Tarde' algumas coisas, filmes norte-americanos onde os tais comunistas faziam sempre o papel de vilões. Ou nem tanto. O que me deixara absolutamente aterrada com o tal comunismo, foi na verdade a literatura: 'Doutor Jivago' (Boris Pasternak) [1]. 



Na época, eu vivia em constantes visitas à biblioteca pública, procurando livros principalmente de mistério, romance e aventura. Mas o livro citado eu comprei numa das maiores livrarias da cidade, muito orgulhosa por ter ido sozinha e feito minhas primeiras 'compras' de bibliófila. 

Sem nada entender nada sobre a história da Revolução Comunista, sem entender coisíssima nenhuma a respeito do que significava ler romances, cujo cenário era a Rússia da época malfadada da revolução, eu me embrenhei nas leituras. Primeiro, "Doutor Jivago", de Boris Pasternak. O título parecia inofensivo, e pela leitura da contracapa, tratava-se de uma história de amor. Narrada sob a ótica de Yuri Jivago, um médico aristocrata da Rússia pré e pós-revolução, a leitura me tomou alguns dias angustiantes. Não pude deixar de torcer mais por Tônia, a esposa de Yuri do que pela 'femme fatale' (sob minha ótica), encarnada por Lara. Entretanto, o cenário terrível da revolução, como pano de fundo, foi o que mais me assustou, chocou e deprimiu.



O romance em si é bonito, tanto é que foi levado para o cinema na década de 1960 e ganhou vários prêmios, incluindo um Oscar. O autor, Boris Pasternak, foi poeta e romancista russo, estudou na Alemanha e, como não podia deixar de ser, teve seu livro censurado na Rússia. Lógico, Pasternak revela todo um horror (como fundo e cenário) implícito no regime stalinista, ao tocar no assunto-tabu, os expurgos, os gulags, a coletivização. 


Esse foi o meu primeiro 'contato literário' com a União Soviética ou Rússia e seu maligno regime socialista. Todo aquele mundo bagunçado, confuso, ora em guerra, ora sob uma falsa paz, onde os cidadãos nunca tinham sossego... Onde não se podia viver pensando apenas na família, no trabalho e em melhorar de vida, uma vez que o governo, a polícia, as milícias, eram os que mandavam e desmandavam na vida das pessoas. Onde viver em campos de concentração acabou se tornando algo quase 'normal'... Aquilo me deixou deprimida. 

Um pequeno trecho, para se ter uma ideia da atmosfera onde imperava o comunismo em toda a sua força:

— Onde aprendeu a lavar roupa?
— A necessidade ensina. Não tivemos sorte. De todos os campos de trabalhos forçados, caímos no mais terrível. Poucos sobreviveram, começando pela chegada. Retiraram um grupo do vagão. Um deserto de neve. Ao longe, uma floresta. Havia guardas, as bocas dos fuzis abaixados, cães da raça pastor-alemão. Aproximadamente à mesma hora, em diferentes momentos, conduziram até ali novos grupos. Formaram um amplo polígono no campo inteiro, com as costas voltadas para fora para que não víssemos uns aos outros. Ordenaram que ficássemos de joelhos e, sob ameaça de fuzilamento, que não olhássemos para os lados. Então, iniciou-se o infinito e humilhante procedimento de chamada, que se estendeu durante muitas horas. E todos de joelhos. Em seguida nos levantamos, os outros grupos foram levados para os postos e a nós anunciaram: "Eis o campo de vocês. Acomodem-se como quiserem." Um campo de neve sob céu aberto, no meio um poste, e no poste uma inscrição "Gulag 92 Ia nº 90", e mais nada.
— Não, o nosso foi menos duro. Tivemos sorte. Era minha segunda condenação, que a primeira acarretava. Além do mais, meu caso dependia de outro artigo, do código com condições diferentes. Quando me liberaram, fui reintegrado como da primeira vez e permitiram que eu lecionasse na universidade. E quando a guerra começou, fui mobilizado para a frente com os plenos direitos de major e não como você, para um batalhão disciplinar.
— É, um poste com a inscrição "Gulag 92 Ia nº 90" e mais nada. Nos primeiros dias, no frio, com as mãos nuas quebramos varas para construir cabanas. E sabe, não vai acreditar, aos poucos nos acomodamos. Construímos prisões com as próprias mãos, cercamos com paliçadas, instalamos cárceres, torres de vigilância, tudo feito por nós. Começamos o corte e o armazenamento de madeira. Derrubávamos árvores. Nós as atrelávamos em oito nos trenós e carregávamos toras, afundando até o peito na neve. Por um longo tempo, não soubemos que começara a guerra. Escondiam-nos isso. E, de repente, uma proposta. Os que desejassem ir para a frente nos batalhões disciplinares, em caso de sobreviver às infinitas batalhas, receberiam a liberdade. E depois, ataques e ataques, quilômetros de cercas de arame farpado com corrente elétrica, minas, lança-minas, meses e meses de fogo cruzado. Não era de admirar que nessas companhias fôssemos chamados de condenados à morte. Quase todos foram mortos. Como sobrevivi? Como pude sobreviver? No entanto, imagine, todo aquele inferno sangrento era um paraíso comparado aos horrores do campo de concentração, não em conseqüência das condições de vida espantosas, mas por algo diferente.
— É, meu irmão, você comeu o pão que o diabo amassou.
— Não se aprendia apenas a lavar roupa, mas qualquer outra coisa.
— Que coisa impressionante. Não somente em função de seu destino nos trabalhos forçados, mas em relação a toda nossa vida anterior nos anos trinta. Até mesmo em liberdade, na próspera atividade dentro da universidade, entre os livros, com dinheiro, acomodações, a guerra representou uma tempestade de limpeza, uma corrente de ar puro, um sopro de redenção. Acho que a coletivização era falsa, uma medida que não deu certo, podia-se reconhecer o erro. Para encobrir o insucesso, tinha-se que, de todos os meios de intimidação, desacostumar as pessoas a julgar e pensar, forçá-las a ver algo inexistente e provar o contrário da evidência. Daí a crueldade inaudita de Iezhov, a promulgação de uma Constituição que não seria aplicada, a convocação de eleições que não estavam fundamentadas nos princípios eleitorais. Quando a guerra estourou, seus terrores reais, seu perigo real e a ameaça de morte real eram benefícios, comparados ao domínio desumano da invenção; a guerra trouxe um alívio porque limitava a força mágica da letra morta.
"Mesmo as pessoas que não estavam em situação semelhante à sua, em campo de concentração, todos decididamente, na retaguarda e na frente de combate, respiraram mais livremente. A plenos pulmões e em êxtase, com o sentimento de felicidade verdadeira, lançaram-se na fornalha da luta terrível, mortal e salvadora."
Então, quando perguntei ao meu pai sobre o comunismo, eu já tinha uma vaga idéia, por ter lido alguma coisa sobre isso nos livros escolares e no livro de Boris Pasternak.
A resposta do meu pai, meneando a cabeça negativamente:

— Não, não é nada bom! 
— Mas não dizem que, entre os comunistas, todo mundo é igual, não existem ricos nem pobres?
— Ah, é o que dizem... mas não é assim, não. No comunismo você não é dono de nada. Não tem liberdade para nada. A tua casa não é tua. Eles te tomam a casa e mandam em tudo, você tem que morar junto com mais cinco, seis ou dez pessoas estranhas. 

Eu ouvia aquilo abismada. No Brasil, no nosso Brasil de outrora — década de 1980 — isso me parecia totalmente bizarro e fora do real, do normal, do natural.

— Credo, pai!
— É, é bem assim... - ele disse.
— E a comida? As pessoas também dividem tudo?
— No comunismo as pessoas recebem um talãozinho. Você só vai poder comprar aquilo que estive marcado no talão.

— E é pouquinho? — Eu prosseguia, franzindo o nariz diante daquilo. Para mim, o horror dos horrores! Eu era louca por chocolate e as idas ao supermercado eram sempre uma festa para mim. Aquela coisa de "comida anotada em talão" parecia um pesadelo.

— Claro que é! Eles marcam assim: tantos quilos de feijão, de arroz, de farinha. Tantos pãezinhos por pessoa. Um tantinho de carne por família. Quem comer a mais, passa fome o resto do mês.

Eu fiquei abismada com aquilo. Nunca, eu pensei respirando profundamente... Nunca isso voltaria a acontecer no mundo! A União Soviética estava longe e o comunismo, acabado.

***

A criança que eu fui um dia, se confronta com a adulta que hoje eu sou e se encolhe de horror. 

O que meu pai explicara, sobre comida e os talões de racionamento, são  bem explicados por cubanos, fugidos do regime comunista de Fidel Castro e que agora vivem no Brasil. [3]

Há pouco mais de dois anos que estou percebendo que, no fim das contas, o pavoroso comunismo NUNCA acabou. Estava escondido, como uma espécie de vírus em incubação, e aqui mesmo, no nosso Brasil. Conforme ensina o professor Olavo de Carvalho [2], em seus diversos livros, aulas, artigos e vídeos (graças a Deus que existe o professor Olavo, ele me lembra um pouco meu pai...), os comunistas hoje se autodenominam "democratas" e o socialismo, é a "social democracia". Usam de outras estratégias, não estão necessitando de armas, por enquanto, apenas 'doutrinação', conforme foi ensinado pelo comunista italiano Antonio Gramsci


Eu ainda sinto um frio na barriga quando lembro de tudo que meu pai me explicou. De tudo o que já li sobre os grandes expurgos (na União Soviética), sobre o que o professor Olavo ensinou a respeito da Escola de Frankfurt (outro tentáculo do monstro), da estratégia gramscista. Vejo tudo retornando com o PT instalado, aparelhando todas as nossas instituições, o velho monstro usando  máscaras novas e 'progressistas'. 

Não, quem conhece o comunismo jamais desistirá da luta contra ele, venha ele com a roupagem que for — gayzismo, feminismo, racialismo, especismo, ecologismo, liberalismo sexual, etc. 

Quem ama a liberdade jamais desistirá da luta contra esse monstro.

Jossi Borges
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[1] Resenhas e informações sobre o livro 'Doutor Jivago' AQUI - GOODREADS e SKOOB