Mostrando postagens com marcador literatura. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador literatura. Mostrar todas as postagens

domingo, 29 de janeiro de 2017

domingo, 15 de novembro de 2015

Valerie Nieman Colander - Mundo Perdido



Na desolação da terra devastada, paixão e crueldade andam sempre juntas...



AS CIDADES TINHAM DESAPARECIDO. AS PESSOAS TAMBÉM. E AS CRIANÇAS. TODOS MORTOS!
Numa data qualquer do futuro. Onde antes floresciam os EUA, a jovem Neema e sua tia vivem em uma fazenda. Elas lutam para manter uma existência marginal nas cinzas da civilização destroçada pela guerra. De repente, o tio desaparecido de Neema retorna do norte, reavivando trágicas memórias e acendendo paixões. Neema é forçada a se decidir entre dois homens. Um, belo e impulsivo, lhe ensina sobre ódio e desejo. O outro, transformado num ser horripilante pelas armas químicas, carrega dentro de si os delicados segredos do coração humano...

Título original inglês: "Neena Gathering", 1988
Publicado no Brasil pela Nova Cultural em 1990.

RESENHA:
Na narrativa simples e emotiva de Valerie Colander, nessa distopia exótica, reside uma história encantadora e assustadora ao mesmo tempo. Um mundo pós-apocalíptico, uma era de decadência em que os poucos sobreviventes das guerras destruidoras precisam manter-se unidos, sob pena de acabarem destruindo-se mutuamente na luta pela sobrevivência. E não há muita opção. É sobreviver, e só consegue isso quem é mais forte. Para os fracos não existe lugar, nem paciência, nem caridade.


Neena, uma adolescente de quatorze anos, conta a história que viveu nesse estranho mundo semidestruído, e sobre a paixão que dois homens nutriram por ela. O primeiro, bonito, parecido fisicamente com ela, seu tio Ted; o outro, um "mutante", é feio por fora, mas tem um coração belo e sincero.

A história é muito bem conduzida pela talentosa Valerie Colander, que coloca a vida e o conflito amoroso e de consciência de Neena como uma espécie de flor bela e luminosa nascendo no charco escuro de um mundo devastado, onde esperanças e sonhos foram destroçados. 

Neena vai decidir entre os dois. O final é comovente, e sempre fica a pergunta no ar: E se... Ted tivesse tido uma chance? Mas é preciso ler o livro, que embora seja fino (menos de 200 páginas) marca muito, por sua narrativa plena de emoção.

Um livro pequeno e raro, que talvez seja encontrado em sebos e que vale muito a pena ser lido. A perspectiva de um mundo distópico - que hoje em dia está em alta, já que paira no ar certa atmosfera de pessimismo e temor relacionados às mudanças assustadoras do mundo pós-moderno - onde tudo está destruído, porém que acena com um lampejo de esperança, é algo tocante. Recomendo! 

Literatura - Dicas para quem escreve - 1



Revirando minhas pastas mais antigas, onde eu mantenho um arquivo físico de manuscritos, páginas xerocadas e impressas sobre a arte de escrever, resenhas de livros, listas com títulos e até contos inteiros copiados, relacionados a temas do meu interesse, encontrei  14 páginas datilografadas por mim, decerto da época em que eu ainda estava no ginásio! Foram certamente copiadas de algum manual antigo, que eu desencavei em alguma biblioteca e que contém informações muito interessantes, para autores novos (e também profissionais).

É pena que eu não tinha o hábito (que falta de cuidado!) de colocar a bibliografia consultada. Mas como na época eu era apenas uma adolescente que gostava de criar historinhas e achava que os apontamentos só serviriam para mim mesma... não é de estranhar.

Não lembro de quais livros copiei, mas como os considero muito úteis, vou digitalizar aos poucos para vocês que gostam de escrever, ou seja, os escritores e aspirantes a escritores. 

A primeira parte fala do gênero literário "conto". Vamos lá.


O CONTO



Gênero literário que limita o relato de determinadas situações com desfecho de caráter humorístico ou trágico. São inúmeros os contistas famosos no Oriente ou Ocidente: Tolstoi, Gogol, Dostoievski, Korolenko, Tchekov, Bocácio, Cervantes, Hoffman, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, Gower, Somerset Maugham, Charles Dickens, Kafka, Pirandelo, Conan Doyle, Artur Azevedo, Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade, etc.

Conto psicológico 
Tipo de conto de caráter psicológico. Como exemplo: "O Alienista", de Machado de Assis.

Apólogo
Narrativa alegórica e moral, geralmente dialogada, em que figuram animais ou seres inanimados. Não deve ser confundida com a fábula. Vide na Wikipédia mais informações.

Conto policial
O gosto pelo conto e o romance policial inicia-se com o famoso Sherloch Holmes, de Arthur Conan Doyle. Outros famosos autores policiais: Agatha Christie, Edgar Wallace, Edgar Allan Poe, Sax Rohmer, Red Todhunnter (criou Nero Wolf e Archie Goldwin); Maurice Leblanc (criou Arsène Lupin);Gaston Leroux; Ian Flemming (criou o impagável James Bond); Cornell Woolrich (criou o capitão Keene): Lester Dent (criou detetive Oscar Sail e fez o gênero do conto policial tipicamente americano, duro, selvagem, violento). Lawrence G. Blochman (criou o Tenente Ritter): Craig Rice (criou o detetive John J. Malone); Dorothy L. Sawyers (criou o detetive Peter Wisnsey); G. K. Chesterton, que criou o padre detetive, Brown; Ellery Queen, com o detetive de mesmo nome. E no Brasil dos anos 60 destacou-se o escritor Luís Lopes Coelho, que criou o famoso delegado Leite.

Considerado como um subgênero literário, o conto policial está aos poucos conquistando o seu espaço na literatura de estilo, e até mesmo no Brasil, onde não existe a investigação criminal, propriamente, como se conhece na Europa - o estilo tem muitos adeptos.

Conto de ficção científica
Modernamente muitos autores se dedicam a este gênero, como por exemplo, Arthur C. Clark. No Brasil se destacaram Jerônimo Monteiro, Gastão Cruls, Rubens Teixeira Scavone.(1)

Conto de aventura
Gênero também muito difundido e que conta com grandes escritores. Arthur Conan Doyle, Robert E. Howard (que escreveu as aventuras de Conan, o Bárbaro), etc.

Conto fantástico (2)
O gosto pelo gênero 'novela terrorífica' iniciou-se em 1764, quando Sir Horace Walpole, ricaço ocioso, amante de antiguidades, retirou-se para um castelo gótico, onde escreveu o "O Castelo de Otranto". Sua ação discorria na Itália medieval e estava repleto de lances, artífices, personagens inverossímeis - fantasmas e usurpadores, passagens secretas e terrores sobrenaturais, elmos mágicos e castelos arruinados.


Muitos outros imitaram seu exemplo: William Beckford, outro aristocrata, ergueu também sua abadia medieval e escreveu sua novela gótica "Vathek" (3), publicada em 1782, ainda mais fantástico e descabelado que "O Castelo de Otranto". Combinava, numa complicada receita, o horror gótico, o exotismo oriental e a ironia voltaireana. 

Mas foi no fim do século XVIII que as histórias de terror encontraram a mais habilidosa e a mais célebre das suas culturas na pessoa da Sra. Ann Radcliffe. Seus conco romances góticos, dos quais os mais conhecidos são "O Romance da Floresta", "Os Mistérios de Udolfo" e "A Italiana", obedeciam a um esquema mais ou menos fixo - havia sempre a heroína ingênua, o vilão desalmado e o castelo fantasmagórico. Respeitando embora as leis da verossimilhança (todos os mistérios encontram explicação lógica no último capítulo), a Sra. Radcliff tinha uma rara facilidade para criar ambientes fantasmagóricos e momentos de suspense, temperando-os com uma sentimentalidade bem ao gosto da época. Os críticos não lhe pouparam elogios.

O sucessor legítimo da Sra. Radcliff foi Mathew Gregory Lewis, que aos 19 anos escreveu uma novela escandalosa: "Ambrósio ou o Monge". Os críticos não apreciaram esse livro, que tem uma mistura incoerente de ingredientes góticos e atabalhoadoas lembranças de leituras de Goethe. A história é uma paráfrase, algo sensual, de Fausto.

O próximo escritor de contos góticos foi Charles Robert Maturin, autor de "Melmoth, o Peregrino", outra paráfrase do mito faustiano. A última representante de peso da novela gótica inglesa foi a suave Mary Godwin Shelley, mulher de Shelley, com o seu "Frankenstein", narrativa pseudocientífica, uma precursora da ficção científica.

O conto fantástico é o herdeiro das tradições legadas pela progênie dos contos góticos. Segundo B. Ifor Evans, a "novela de terror ou gótica leva ao submundo da ficção de crime e horror". O leitor moderno, porém, é um freguês difícil de satisfazer. As revistas e artigos de divulgação científica, ensinando-lhe o respeito à verdade objetiva, indispuseram-no para as fantasmagorias exageradas do "roman noir". Agora, é preciso dosar a pílula da fantasia com cuidado para que ele aceite engoli-la.

O fim primordial do conto (ou romance) de fantasia é mostrar a "irrealidade da realidade", de vez que ao leitor de nossos dias aborrece tudo quanto não traga a marca do real e do verossímil. Para Ray Bradbury, fantasia pura e simples, é fantasia pobre. Só quando adere à realidade, por um processo de 'osmose literária' é que a fantasia alcança qualificação estética. Sobrecarregando sua narrativa de inverossimilhanças, empilhando o inacreditável sobre o inacreditável, o novelista perde o contato com o leitor, a quem deve, antes conquistar pela "casualidade" dos seus enredos.

O fantástico e o real devem estar de tal maneira entretecidos no argumento, que seja quase impossível isolar um do outro. Por fim, adverte Bradbury que um contista fantástico não deve aspirar a outra coisa que não seja induzi no leitor a sensação da "irrealidade da realidade". Se procurar inculcar-lhe, ao mesmo tempo, qualquer mensagem moralizadora, estará desvirtuando um gênero cujo maior encanto reside, antes, na capacidade de divertir que na de ensinar.

Dessa forma, em geral os contistas fantásticos oscilam entre dois polos. De um lado estão os contos que, pela dose mais ostensiva de fantástico "puro", se inserem diretamente  na tradição da novela gótica. Como exemplo, temos os seguintes: William Hines, Walter Poliseno, Spencer Whitney, E. F. Benson, Lafcádio Hearn, Jacques Casenbroot, Maurice Leval, Stephen Vincent Bénet, Bram Stoker (4).

De outro lado, temos os contistas mais ou menos fiéis ao esquema de Ray Bradbury, que cuidam de emprestar maior verossimilhança ao fantástico, entretecedo-o numa trama de pormenores realísticos. Exemplos: Nelson Bond, Holloway Horn, Russel Maloney, Adrian Algington, J. C. Furnas, Geraldo Bullet, Cristopher Isherwood (5).

_______________________________________________

(1) Naturalmente, levando-se em conta que esse texto foi escrito há cerca de 20 ou 30 anos atrás, é natural não constar nele nomes recentes. Para saber mais sobre os pioneiros da fc no Brasil, leia essa página da Editora Devir.

(2) Naturalmente, esse tópico foi mais longo. Minha pesquisa foi mais a fundo, já que esse sempre foi meu gênero preferido. Na época (anos 70 a 80) o termo "literatura fantástica" englobava todos os subgêneros que conhecemos hoje em dia, como o terror, o gótico, o suspense e a fantasia juvenil.

(3) Leia uma resenha de "Vathek", aqui.

(4) Inclua-se aqui ainda: H. P. Lovecraft, Algernon Blackwood, Stephen King, H. G. Wells, Marion Zimmer Bradley, J. K. Rawling, J. R. R. Tolkien,  Stephanie Meyer e toda a moderna leva de escritoras de romances sobrenaturais, do mais 'light' ao mais 'hot' (erótico). E no Brasil, André Vianco e Nazarethe Fonseca, por exemplo.

(5) Inclua-se também: Robin Cook, Julio Verne, Peter Benchley, Michael Palmer.

Literatura - Dicas para quem escreve - 2 - Composição e Estilos



Na continuação de minhas anotações estão alguns trechos de 'dicas' para o escritor ou para se obter uma boa composição literária. Novamente está sem a bibliografia consultada. Fiz um resumo daquilo que considerei de maior interesse e lá vai. (1)

Assunto
1 - Os melhores assuntos são os que se vivencia ou observa. Quanto mais estranhos forem, mais difíceis serão para serem lidos. Retomando trabalhos interrompidos, leiam o que precede e concentrem o espírito, até recuperar o calor do pensamento, resfriado pela interrupção. É bom ler, também, uma passagem análoga de algum excelente autor. (2)

2 - Medite bem sobre o assunto: É imprescindível. O que ele é, de que se compõem, seus aspectos (descrição de paisagens, meios, personagens), circunstâncias: o autor do fato, o lugar, os meios, os motivos, o modo e o tempo.

3 - Busquem exemplos - contos, parábolas, trechos de livos ou filmes, etc.

4- Procurem comparações.

5- Usem as "figuras de linguagem" (assunto das próximas páginas).

6- Procure definir e esculpir o seu estilo.

Partes da Composição


1- Princípio. Deve ser breve e simples - o título do capítulo não deve fazer parte do assunto nem considerar-se como uma primeira frase.

O princípio deve ser modesto, não se gabar ou nem anunciar que se dirão maravilhas. 

O princípio deve ocultar cuidadosamente a conclusão.

2 - Desenvolvimento: O interesse deve ir sempre crescendo e ser habilmente distribuído em toda a composição. Mas são demais as digressões e as exclamações patéticas que demoram o interesse: "Coisa incrível... sinto arrepios de lembrar. Ele encontrou... céus! O que é isso?"

Pouca arte tem a transição que consiste em fazer notar a ligação do que se disse com o que se vai dizer: "Se a humanidade para com os povos é o primeiro dever dos grandes (acaba de ser dito) não será também o atributo mais delicioso da grandeza? (Vai ser provado).

3 - Conclusão: Deve ser rápida e produzir uma última impressão no leitor. Escolham-se dentre os sentimentos que o tema inspirou, para finalizar, os que mais comovem e persuadem o leitor. Deve alargar o pensamento e ampliar o quadro.

Redação
Para conseguir o que se quer, é preciso pelo menos, umas três redações. E retocar, retocar sempre, apagar aqui, complementar ali, salientar lá, cortar lá. Revisar duas, três vezes, até se conseguir o efeito desejado. (3)

O Gosto
As qualidades do bom gosto literário são:

Vivacidade - É quando dicernimos logo o que uma obra encerra de bom e de ruim.

Delicadeza - Consiste em distinguir as belezas mais ocultas, como os defeitos mais ocultos.

Segurança - É não confundir as falsas belezas com as verdadeiras e julgá-las com infantilidade.

O Estilo
O que impressiona não é o que dizemos, mas como dizemos. Só as obras bem escritas lograrão ser eternas.
-- Buffon.

Para formar o estilo...

1- Observação inteligente.
Sentir a beleza das coisas, das paisagens, dos seres, dos elementos. As viagens alargam o campo de observação.

2- Ler.
Ler muito, ler de tudo, devagar e atentamente.

3- Observação moral
Conversar com as pessoas e observar-lhes o caráter e a personalidade. 

4- A boa imitação
É quando não é uma reprodução, mas uma impregnação geral e assimilação do conjunto das ideias  e das imagens de um autor, mas com independência, sem nos escravizarmos ao modelo. É lícito imitar: Uma ideia alheia, para desenvolvê-la de modo pessoal (4). Uma imagem, uma expressão, pensamento, sentimento, mas modificando-os até dar-lhes outra feição.

________________________________________

(1) Quem quiser um texto mais amplo e detalhado, aqui tem mais sobre o estilismo e a composição.

(2) Excelente dica. Embora eu escreva menos, hoje em dia, sempre quando tenho algum projeto grande ou muito envolvente, eu costumo empilhar diversos volumes ao lado de minha mesa, ou seja, do lado do pc. Embora isso seja um pouco desajeitado, já que em mesa de computador não cabem muitas coisas, isso é imprescindível. Os livros que consulto são sempre de bons autores e com temáticas similares na qual estou trabalhando. E sempre tenho marcadores de páginas colocados em páginas ou trechos que me inspiraram.

(3) Mesmo quando se está na confiança de que um revisor profissional irá ler e consertar nossos 'errinhos', é preciso caprichar sempre. Quanto mais erros de português houver no seu trabalho, menores as chances de que ele seja lido por um editor. O mais provável é que seja descartado de início, mesmo que o enredo e a temática sejam bons.
Mais dicas AQUI e AQUI.

(4) Isso hoje em dia é bastante comum. É tolice querer ser totalmente original: Toda grande obra literária sempre teve e sempre terá outra, na qual se baseou. Um exemplo muito popular, é a temática vampira, que nos anos 80 nasceu com ímpeto, murchou nos anos 90 e renasceu com força total nos anos 2000. Todos os filmes e livros se basearam, a princípio, na obra-prima de Bram Stoker, com variações infinitas. E hoje podemos encontrar vampiros para todos os gostos... desde vilões malvados a vampiros delicados e de corações puros. 

Literatura - Dicas para quem escreve - 3 - Harmonia do Estilo




Defeitos do Estilo

Os defeitos de estilo que devem ser evitados

1- Escrever o período em ordem inversa:

"As flores encantam, pelo seu vivo esplendor, nossa vista" (errado).
"As flores encantam nossa vista pelo seu vivo esplendor" (certo).

Um autor brasileiro, porém, costumava tirar das construções inversas belos efeitos: Simões Lopes Neto. No conto "A Salamanca do Jarau" ele se valia dos recursos de repetição e de inversão, procurando com a 'repetição' firmar no espírito do leitor certos fatos centrais e com a 'inversão' imprimir à narrativa certo tom coleante. Com ambos os recursos ele adensava as zonas de sombra e mistério da história. Veja os seguintes exemplos do referido conto:
"Talvez deitado estivesse entre as carquejas".
"Fui sentenciado... condenado fui".

2 - Uso frequente de pronomes relativos e locuções conjuntivas. Usa-se, em vez disso, as preposições coordenadas. Ex.:
que... que... porque... por causa... como... 

3 - Uso frequente de parêntesis.

4 - Acréscimo de palavras supérfluas ao período, depois de terminado.

5 -  Evite o hiato: Vai o aio à aula.

6 -  A colisão das mesmas consoantes: Ela falou a Frederico sobre o fato.

7 -  Eco ou repetição das mesmas sílabas ou mesmas palavras: Estava encantada com a fada da qual emanava tanto encanto...

8 - Cacofonia: Ela vai com o guri lá... (soa como "gorila").

9 -  Não se começa frase pelas adversativas, tampouco se inaugura um parágrafo com um gerúndio: Mas... porém... todavia... Falando... Encontrando... 

10 -  Muitos infinitivos: Pensar poder fazer produzir essa terra...

11 -  Arredondamento dos períodos. A variedade exige mistura de períodos bem cadenciados, com outros que terminam em monossílabas.

As Figuras do Estilo

1 -  Permissão: Deixa-se ao leitor a decisão de alguma coisa: Se é justo ante Deus ouvir a vós antes que a Deus, julgai-o vós.

2 -  Prosopopeia: É a omissão de um termo que o texto e a situação permitem facilmente subentender. A elipse é figura de sintaxe, mas pode ser considerada como figura de estilo. Pela elipse pode-se omitir verbos, sujeitos, etc. Exemplos de frases usadas por Simões Lopes Neto, em seus "Contos Gauchescos":

Havia (de) se ver o jeito a dar.
De meio assombrado (que estava) se foi repondo.
Mara! Eu não pude!... (tirar a virgindade da moça) mas o furriel também não há-de!...
Então o gaúcho desenredava as boleadeiras e assinalava e mal (fazia) isto, já o bagual se aprumava. (Aqui, a omissão de 'fazia' depois de 'mal' aviva muito o sentido de rapidez, de pressa, na transição entre as ações do bagual e do gaúcho).

4 - Zeugma: Uma espécie de elipse na qual se omite um termo já expresso em oração anterior:
Com o muito cansaço e (o muito) sofrimento.
Em sua frente e (em seu) caminho.

domingo, 11 de outubro de 2015

Dante Alighieri - A Divina Comédia



A Divina Comédia - Dante faz uma viagem ao mundo do além. Orientado pelo poeta Virgílio, conhece o Inferno e o Purgatório e depois, guiado por Beatriz, visita o Paraíso. 

Ao longo do percurso, Dante encontra vários conhecidos seus e conversa com alguns deles.

Créditos ao Portal Conservador

Aldous Huxley - A filosofia perene


A Filosofia Perene - Entenda-se por filosofia, aqui, seu sentido original, de amizade pelo saber. E por saber, o conhecimento existencial ou espiritual. Trata-se então de identificar certo conhecimento espiritual universal, que transcenderia épocas e culturas. Na síntese de Janine Ribeiro, que assina o prefácio, “a Filosofia Perene é um cerne comum a várias religiões e sociedades que nos permite superar os males deste mundo”. Nas palavras do próprio Huxley, trata-se da “metafísica que reconhece uma Realidade divina substancial para o mundo das coisas e para as vidas e mentes; a psicologia que descobre na alma algo semelhante a, ou mesmo idêntica à, Realidade divina”. 

O que leva a uma “ética que coloca o objetivo final do homem no terreno imanente de todos os seres”. Huxley busca, assim, um substrato comum aos múltiplos saberes religiosos e místicos, que seria o grande conhecimento a ser alcançado pelo homem, e produz no processo esta verdadeira antologia universal de tal saber. Com conhecimento enciclopédico, abarca então o conjunto das culturas conhecidas e da história escrita: “[A Filosofia Perene] foi primeiramente submetida à escrita há mais de 25 séculos e desde essa época o tema inesgotável tem sido tratado repetidamente, do ponto de vista de cada tradição religiosa e em todas as principais línguas da Ásia e da Europa. 

[Reuni] vários trechos escolhidos desses escritos”.
O resultado transcende a sucessão das partes. Pois se há tal conhecimento comum de uma Realidade última ou primeira, que unifica esses vários escritos, talvez ela seja de fato verdadeira; e se o for, a ética que ela sugere, baseada na libertação das exigências do ego, talvez seja de fato, como dizem os místicos, o grande caminho. 



Créditos ao Portal Conservador